domingo, 2 de outubro de 2011

Preconceito.

Levando para o lado emocional, vamos de mais uma propaganda da DM9.

O Brasil tem quase duzentos milhões de habitantes e possui uma distribuição de renda assustadora: 1% da população tem em suas mãos 50% da renda nacional, enquanto os 50% mais pobres, vivem com apenas 10% desse valor.
Segundo estatísticas, 36% da população vive em situação de pobreza, e é o segundo país com a pior distribuição de renda do mundo, ficando atrás somente da África do Sul.
Por conta dessa distribuição existem, no país, cinco tipos de grupos socias: os indigentes (24 milhões de pessoas); os pobres (30 milhões); os quase pobres (60 milhões); a classe média (50 milhões); e os ricos (2 milhões).

A expectativa de vida de 10% das crianças, nas regiões mais pobres do país, é de apenas 5 anos de idade, e grande parte dos jovens carentes que se envolvem com o crime morrem antes de completar 18 anos.

Como exemplo, em 2006, morreram 17.163 jovens no Brasil, quase o mesmo número de pessoas mortas em 2002 na guerra civil em Angola. E dizem que estamos em tempos de paz.

Essas são apenas algumas estatísticas, retiradas do site da ONG “Dreams can be” (http://www.dreamscanbe.org).

Já a Sindrome de Down tem uma incidência de aproximadamente de 1 a cada 660 nascimentos. Ficar falando do que se trata a doença vai ser uma grande perda de tempo, pois as pessoas portadoras podem levar uma vida comum, trabalhar, estudar, entre outras coisas que muitas pessoas não conseguem fazer ou não tem condições de fazer.

Em países como a Inglaterra, o aborto em caso de diagnóstico de Sindrome de Down é permitido. Acho isso, em partes, uma conquista, pois cada pessoa deveria ter o direito de fazer o que deseja fazer, independente de dogmas ou outras coisas. Mas com tanta gente procurando uma criança para adotar, isso se torna um absurdo, principalmente por saber que uma pessoa com essa doença pode ter uma vida normal, como qualquer outra pessoa.

Deixando números de lado e partindo pra propaganda, o que temos aqui é uma obra de arte. Criada em 1998, mostra duas crianças se divertindo em um carrossel. Uma “normal” e outra com Sindrome de Down. Carlinhos é a estrela do vídeo. Carlinhos estuda, faz natação, toca piano. Na primeira impressão, Carlinhos é a criança “normal. E aí pensamos: “Poxa vida, as pessoas com Síndrome de Down deveriam ter os mesmos direitos de qualquer pessoa.”

Quem fez essa propaganda é um gênio, pois conseguiu enganar as pessoas por um minuto e meio, em uma propaganda de dois minutos (que poderia ser monótona, mas, pelo contrário, não é em nenhum momento), quando revela que Carlinhos é o portador de Síndrome de Down.

A criança carente é caracterizada sutilmente com um chinelo de dedo.

Engraçado e interessante o amigo dele não ter um nome. Talvez pela falta de importância que tem essas pessoas, sendo elas “sem nome” pra grande maioria?

O preconceito atinge as duas partes, os portadores da síndrome e a criança carente, que é o amigo do Carlinhos.

E a ajuda pedida para a criança carente não deve ser levada como ajuda financeira, mas sim como uma ajuda para nós mesmos para combater o preconceito que sofremos, pelos mais diversos motivos. Devemos nos ajudar a combater tudo que nos machuca.

Somente nós podemos combater isso, deixando primeiramente nosso preconceito de lado.

Na época de lançamento dessa propaganda, a banda Radiohead era uma desconhecida do público brasileiro.

A música foi cedida gratuitamente para o vídeo e isso ajudou muito na divulgação da banda aqui no Brasil, sendo hoje uma das bandas internacionais mais queridas do público brasileiro.



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